Os bancários rejeitaram a
proposta de reajuste salarial apresentada pela Fenaban (Federação Nacional dos
Bancos), em assembleias realizadas em todo o país. Com isso, a greve da
categoria completa 19 dias nesta segunda-feira.
A paralisação dos
funcionários do setor financeiro pode ser a mais longa desde 2004, quando os
bancários cruzaram os braços por 30 dias. No ano passado, os trabalhadores
ficaram parados por nove dias e, em 2011, por 21 dias.
A paralisação fechou, nesta
segunda, 11.717 agências e centros administrativos, segundo estimativa da
Contraf-CUT. A Fenaban não se pronuncia sobre o número de agências fechadas ou
trabalhadores parados.
Na última sexta, a Fenaban
apresentou proposta de reajuste de 7,1%. O Comando Nacional dos bancários
orientou que os sindicatos de todo o país, filiados à Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), votassem contra essa nova oferta.
A proposta seria
"insuficiente diante do tamanho dos lucros e da rentabilidade dos
bancos", segundo o Comando Nacional dos bancários.
Essa é a segunda proposta
rejeitada pela categoria. No dia 5 de setembro, a Fenaban propôs aumento de
6,1% nos salários da categoria e ampliou para 7,1% (0,97% de ganho real) a
oferta aos trabalhadores. A Fenaban também acenou com aumento de 7,5% sobre o
piso salarial (ganho real de 1,34%) para R$ 1.632,93. A proposta mantém as
regras da PLR do ano passado.
A categoria reivindica
reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação), participação
nos lucros de três salários mais R$ 5.553,15, piso de R$ 2.860,21, entre outros
pleitos.
Fenaban lamenta greve
Em nota divulgada
anteriormente, a Fenaban afirma que "lamenta essa posição dos sindicatos,
que causa transtorno à população, e reitera que a maioria das agências e todos
os canais alternativos, físicos (autoatendimento, correspondentes) e
eletrônicos, vão continuar funcionando normalmente".
Os bancos disseram ainda que
"respeitam o direito à greve, entretanto, farão tudo que for necessário e
legalmente cabível para garantir o acesso da população e funcionários aos
estabelecimentos bancários"
Principais reivindicações
dos bancários:
*Reajuste salarial de 11,93%
*PLR: três salários mais R$
5.553,15
*Piso: salário mínimo do
Dieese (R$ 2.860,21)
*Vales alimentação, refeição,
13ª cesta e auxílio-creche/babá: salário mínimo nacional (R$ 678)
*Emprego: fim das demissões
em massa, ampliação das contratações, combate às terceirizações e contra o
PL4330 (que libera a terceirização e precariza as condições de trabalho), além
da aprovação da convenção 158 da OIT (que inibe dispensa imotivada)
*Fim das metas abusivas e
assédio moral: a categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de
metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
*Mais segurança nas agências
bancárias, com a proibição do porte de chaves de cofres e agências por
bancários
*Igualdade de oportunidades,
com contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes
(Com Valor)
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