Ônibus urbano
A proibição do motorista de
ônibus exercer a função de cobrador está mais próxima da realidade. A comissão
de trabalho da Câmara Federal aprovou projeto de lei do deputado Vicentinho
(PT-SP) nesse sentido.
Foi na quarta-feira (28) e o
projeto 2163-2003 agora está na comissão de constituição e justiça, onde será
debatido, votado e depois remetido para discussão em plenário.
O presidente do Sindicato
dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Santos, Valdir de Souza
Pestana, está “confiante no resultado final”, embora não saiba quando.
Foto: Paulo Passos |
“Tudo dependerá da
tramitação da matéria na derradeira comissão do legislativo federal”, diz o
sindicalista. “Depois, no plenário, será alvo de poderosos lobbies, o que
exigirá esforço do nosso sindicalismo”.
O projeto proíbe a
“atividade concomitante de motorista e cobrador de passagens em transportes
coletivos rodoviários urbanos e interurbanos e dá outras providências”.
Também presidente da
Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado de São Paulo,
Pestana ressalta que a campanha ‘dirigir e cobrar não dá’ será reforçada.
O sindicalismo rodoviário de
todo o país, segundo ele, disponibiliza à categoria, por meio da rede social de
computadores e e-mails, os endereços eletrônicos dos deputados e senadores.
“É sobre os parlamentares,
de forma ordeira e educada, que temos de agir, a partir de agora, pedindo que
os integrantes da comissão de justiça também deem parecer favorável”, diz o
dirigente.
Pestana orienta os
trabalhadores a mandarem mensagens se não para todos os parlamentares, pelo
menos aos líderes de partidos e bancadas, requerendo que aprovem o projeto.
Doenças
Vicentinho justifica que os
motoristas de ônibus, “segundo estatística, são os que mais sofrem em sua
missão, com altos índices de doenças do coração, estresse e periculosidade”.
“Tudo isso”, prossegue,
“provocado pela tensão permanente de estar, ao mesmo tempo, atento ao trânsito
e aos passageiros, além de preocupados com a violência urbana”.
“Obrigá-los a cumprir duas
funções simultâneas é exigir deles uma condição humanamente incompatível. A
manutenção do cobrador, por sua vez, assegura e gera mais empregos ao mesmo
tempo”, diz Vicentinho.
Para Pestana, o projeto
“atende antigo anseio da categoria por condições de trabalho dignas. Já
buscamos isso em negociações e até na justiça. Agora, esperamos que vire lei”.
Custo
Mesmo que a utilização de
cobrador gere custo, o sindicalista entende que a população e até o movimento
passe livre (mpl) não fariam objeção: “É um gasto que ninguém questiona”.
Pestana pondera que “a
compensação viria em forma de milhares de empregos no país inteiro, o que
representaria também milhares de consumidores em todas as esferas da cadeia
produtiva”.
“Tudo que é custo para se
gerar empregos na verdade não é custo, e sim investimento na comunidade. Para o
fim da dupla função, ainda há um longo caminho. Parabéns ao companheiro
Vicentinho”.
Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários
de Santos e Região. Força Sindical. Avenida Conselheiro Nébias, 262, fone
13-3228-9200.
Presidente: Valdir de Souza
Pestana. Vice-presidente: José Alberto Torres Simões ‘Betinho’.
Secretário-geral: Eronaldo José de Oliveira ‘Ferrugem’. Redação: Paulo Passos
MTb 12.646.
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