Depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal afeta a candidatura de Henrique Alves ao governo do Rio Grande do Norte |
Henrique Alves, um dos
citados pelo ex-diretor da Petrobras, concorre ao governo do Rio Grande do Norte (Foto: Divulgação)
|
Antes de aceitar o acordo de
delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa antecipou o
efeito devastador de suas denúncias: "Se eu falar, não vai ter
eleição". Temendo sair como o único prejudicado após as revelações de
propina e corrupção dentro da estatal, o executivo decidiu relatar à Polícia
Federal como e com quem agiu – e, conforme VEJA revelou na edição desta semana,
trouxe uma lista de três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e
pelo menos 25 deputados federais que embolsaram ou tiraram proveito de parte do
dinheiro roubado dos cofres da estatal. As denúncias atingem, direta ou
indiretamente, ao menos quatro candidaturas a governos estaduais. No Rio Grande
do Norte, Rio de Janeiro, Alagoas e Maranhão a corrida eleitoral deve ganhar
novos contornos após ter nomes de candidatos ou herdeiros políticos citados por
Costa.
O ex-diretor de
Abastecimento agia em parceira com o doleiro Alberto Yousseff, considerado pivô
do mega esquema de lavagem de dinheiro. Os dois comandaram a ação, descoberta na
operação Lava Jato da Polícia Federal, com movimentação superior a 10 bilhões
de reais, em que foram desviadas verbas da estatal para o bolso de políticos e
partidos. O caso veio à tona em março deste ano e, com detalhes ainda mais contundentes
revelados a um mês das eleições, deve incendiar ainda mais a campanha
eleitoral.
Um dos envolvidos é o mais
antigo deputado da Câmara dos Deputados e atual presidente da Casa, Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN). Para a sua primeira disputa ao governo potiguar, ele
montou uma ampla base de apoio e conseguiu assumir a liderança nas pesquisas:
tem, atualmente, 40% de intenções de voto, de acordo com o Ibope. O candidato
se apressa para evitar que as denúncias respinguem sobre seu projeto eleitoral.
“Nunca pedi nem recebi quaisquer recursos do Paulo Roberto Costa. As
insinuações publicadas, de forma genérica e sem apresentar evidências sobre o
meu nome, não podem ser tomadas como denúncia formal nem fundamentada”, disse,
em nota, neste sábado. Alves afirmou ainda que não há provas contra ele e
apontou para uma possível manipulação do episódio na campanha eleitoral.
(...)
Fonte: Veja
0 comentários:
Postar um comentário