Os brasileiros que ficarão “órfãos” do seu candidato no primeiro turno e ainda não decidiram qual vão adotar no segundo representam no máximo 6% do eleitorado. Mas serão o fiel da balança da eleição mais disputada desde 1989
A uma semana do primeiro
turno, a eleição presidencial de 2014 já é a mais apertada da história desde a
de 1989. Em todas as que vieram depois — de 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010 —,
era possível dizer às vésperas do segundo turno, com razoável segurança, quem
subiria a rampa do Palácio do Planalto. Mesmo na eleição de 1989, a única que
pode se assemelhar à atual, o candidato do PRN, Fernando Collor de Mello,
largou no segundo turno com folgados 9 pontos à frente do petista Luiz Inácio
Lula da Silva — a diferença entre os dois só foi cair na reta final da segunda
fase, para chegar à diferença de 1 ponto a alguns dias da votação decisiva.
Agora, os levantamentos mostram que Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB), a
primeira e a segunda colocadas no primeiro turno, estão a uma inédita diferença
de apenas quatro pontos para a petista no segundo turno, um empate técnico
dentro da margem de erro, segundo o último levantamento do Datafolha, divulgado
na sexta-feira passada.
Em um páreo tão disputado
assim, em que qualquer pequena vantagem pode definir o resultado final, os
olhos dos vitoriosos no primeiro turno se voltarão já na manhã de 6 de outubro
para um pequeno grupo de eleitores: o dos indecisos — mais especificamente,
aqueles que viram o nome de sua escolha sair derrotado da primeira fase e ainda
não decidiram com quem ficarão depois. Cerca de 20% dos eleitores de Aécio e
iguais 20% dos eleitores de Marina se encaixam nesse perfil — são, em sua
maioria, mulheres e não sabem em quem votarão caso seu candidato fique de fora
do segundo turno.
Esses 20% de “órfãos”
indecisos do tucano representam um contingente de apenas 3% do eleitorado
brasileiro. Os 20% que comporiam os órfãos indecisos de Marina, na hipótese de
ela perder para Aécio, equivaleriam a 6% do total de eleitores. Os cálculos são
do estatístico Neale El-Dash, diretor do site Polling Data. Nos dois casos,
trata-se de um contingente pequeno de brasileiros. Mas, com a disputa cabeça a
cabeça, quem conquistá-lo será o próximo ou — mais provavelmente — a próxima
presidente da República.
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Fonte: Veja
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