por Maria Helena R.R. de Souza
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Brasil, na beira do penhasco
(Imagem: Imagem: Fotomontagem de Tommy Ingberg)
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De todas as campanhas para
eleições majoritárias que acompanhei, certamente esta foi a mais esdrúxula.
Teve de tudo um pouco, menos informações pertinentes para o eleitor poder
escolher, com segurança, em quem votar.
Se você é daqueles que sabe
que seu voto tem o mesmo peso de todos os votos, há de se ter perguntado: “por
que vou votar em quem vou votar?”.
Se for daqueles que vota às
cegas, vota porque simpatiza, vota porque ama um candidato ou vota em um porque
detesta os outros, bem, aí concluo que você é dos que acredita que a Mãe Diná
trará seu amado de volta...
Mas se você se fez a
pergunta-chave e quer ter certeza que escolheu com a razão e não com o coração,
meu amigo, você está a perigo.
O ‘marketing’, um dos males
da vida política moderna, leva o eleitor a um apagão mental. Não vota no
candidato, mas em seu marqueteiro. Não avalia seus feitos, mas a descrição tal
qual mostrada pelos assessores de imprensa. Quer dizer, o eleitor desinformado
ou o eleitor que só aprendeu a desenhar o nome, acaba por votar na imagem que
lhe foi vendida pela equipe do candidato.
Três candidatos disputam o
Planalto: Dilma, a que está no poder porque um dia apareceu com um laptop cheio
de números e planilhas e esquemas, o que embasbacou o ex-presidente Lula;
Marina, a amiga fraterna de Lula, alçada a candidata por uma triste fatalidade;
e o neto de Tancredo, Aécio, que, a meu ver, só deixou esse papel e assumiu o
de líder da oposição no último domingo.
Os números e as mentiras
voam nos púlpitos com a maior singeleza. Quem é o eleitor para refutá-los? Ouve
calado, engole em seco e espera o noticiário do dia seguinte, onde lerá que
isso ou aquilo não era verdade, mas aí o candidato já está em outra.
O que assistimos durante a
campanha foi uma série de ataques pessoais que não levam a nada e que além de
não orientar os milhões de eleitores, deseducam e desapontam aqueles que tinham
esperança de um novo governo que ao menos tirasse o Brasil da beira do
penhasco.
Em vez de Carta ao Povo, ou
Programa de Governo, o mais importante era que fossemos formalmente informados
sobre quem seriam os ministros da Justiça, da Saúde, da Educação, da Fazenda,
das Relações Exteriores, da Cultura...
Em documentos assinados pelo candidato e seus futuros ministros.
Ninguém governa um gigante
sozinho.
Será que no segundo turno
seremos levados mais a sério? É a minha torcida.
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