Abaixo a nota completa do Partido Socialismo e Liberdade sobre o Segundo Turno no Rio Grande do Norte
Durante coletiva de
imprensa, realizada na manhã desta segunda (13), o PSOL divulgou posicionamento oficial sobre
o segundo turno das eleições no Rio Grande do Norte.
A partir de uma decisão coletiva, apoiada pela
ampla maioria do diretório, o PSOL orienta seus militantes para manter a coerência contra a velha política,
não votando nem em Robinson Faria, nem em Henrique Alves no segundo turno. Além
disso, a nota afirma que os mais de 120 mil votos conseguidos pelo Professor
Robério Paulino são livres, não pertencem ao partido. Essas pessoas podem optar
pelo caminho que julgarem conveniente na eleição do dia 26 de outubro.
Abaixo a nota completa do
Partido Socialismo e Liberdade sobre o Segundo Turno no Rio Grande do Norte
Para manter a coerência
contra a velha política
Nem Henrique Alves, nem
Robinson Faria
Quase a metade dos
potiguares se recusou a votar nos representantes das oligarquias de nosso
estado. Este é o recado fundamental do nosso povo.
O professor Robério e o PSOL
tiveram expressiva votação no primeiro turno das eleições no estado: 8,74% dos
votos válidos no estado e 22,45% em Natal, ao contrário do que diziam as
pesquisas pagas por grupos políticos na maior parte do tempo. Fomos o fator que
levou a eleição para o segundo turno, como muitos afirmam. Um resultado que
atesta a aceitação das ideias do partido junto à população.
Os votos do PSOL são
oriundos da juventude mais crítica, que esteve nas ruas em junho de 2013, dos
trabalhadores conscientes e dos setores mais politizados da população, que
queriam expressar a sua repulsa às candidaturas que representam as oligarquias
e a velha política.
Apresentamos um programa
alternativo global e coerente contra a velha política, mas ao mesmo tempo de
superação do atraso econômico e social de nosso estado e de recuperação
imediata dos serviços públicos para a população. Saudamos nosso candidato, o
professor Robério Paulino, que entrou nessa verdadeira batalha de Davi contra
Golias, que a despeito da desigualdade de condições econômicas, boicote da
mídia e da farsa levada adiante pelos institutos de pesquisa, soube se colocar
a altura de nossos sonhos e transformá-los no combate e nas propostas que
polarizaram essa eleição.
O PSOL declara aqui que não
pode e nem apoiará nem Robinson e muito menos Henrique Alves neste segundo
turno, por vários motivos.
Primeiramente porque seria
incoerente de nossa parte, pois dissemos durante toda a campanha que os dois
candidatos são originários da velha política, oligárquica e clientelista do
estado, que os dois não vão mudar nada. Henrique Alves está ai há 44 anos
representando o que há de mais atrasado, oligárquico e nefasto na política
brasileira, além de estar envolvido no escândalo de corrupção da Petrobras. Já
Robinson, lembramos, foi o vice da Rosalba, apoiou governos como o de Wilma de
Faria e outros, sem nunca ter se oposto em nada às suas práticas. Quem viu os
debates percebeu que Robinson queria e negociou até o fim sua entrada no
acordão e só não entrou porque não foi possível.
Além disso, construímos
coletivamente um programa que cativou uma parcela significativa da população:
1) Propusemos a
democratização do nosso estado, incluindo o povo em suas decisões, através de
conselhos e grandes congressos por área.
2) Propusemos aumentar
massivamente os investimentos na educação e acabar com o analfabetismo em 8
anos, extinguindo uma mácula na dignidade do nosso estado.
3) Propusemos reequipar os
hospitais regionais e de especialidades, acabando a casa dos horrores na qual
se transformou o Walfredo Gurgel, mas também ampliar as equipes do Programa
Saúde da Família.
4) Propusemos chamar os
aprovados no último concurso da PM, policiais que fazem falta no dia a dia do
povo potiguar, e colocar em prática a Lei de Promoção de Praças, como proposto
pelas associações de policiais. Ao tempo em que abrir de imediato a discussão
sobre a sua desmilitarização e constituição de uma polícia civil única e
cidadã.
5) Propusemos a valorização
do servidor público, como parte das soluções necessárias a melhora dos serviços
públicos prestados à população.
6) Para o semiárido,
propusemos o tratamento e o armazenamento da água por modelos mais
sustentáveis, com a construção de cisternas e novas formas de captação e
distribuição da água, acabando com a máfia das empreiteiras que lucram com a
construção de barragens, enquanto o povo segue sofrendo com a seca.
7) Propusemos incentivar a
agricultura familiar, reabrindo a Central de Comercialização da Agricultura
Familiar e fazendo a Reforma Agrária em propriedades com grande débito com
estado, ambas ações na perspectiva de baratear o custo do alimento.
8) Propusemos como
governador não reprimir os movimentos sociais, respeitando o direito de
manifestação e de greve e mantendo uma mesa de negociação permanente com os
representantes dos trabalhadores.
9) Cortar 80% dos cargos
comissionados, abrindo concurso em todos os setores de administração,
enfrentando os privilégios na máquina pública, como a existência de altíssimos
salários de servidores que ainda recebem vultosos auxílio-moradia.
Estas são as propostas
fundamentais que seguem ausentes nos programas de Henrique Alves e Robinson
Faria. O compromisso dos dois é com o ajuste fiscal e com a Lei de
Responsabilidade Fiscal naquilo que ela tem de pior, como a redução e o
sucateamento dos serviços públicos e dos salários dos servidores, com a
manutenção da velha máquina, inchada e clientelista.Além disso, ganhe quem
ganhar, em breve Henrique estará abraçando Robinson e Robinson estará abraçando
Henrique e tudo continuará igual. Alguém tem dúvidas? É só esperar para ver.
Nenhum dos dois merece a confiança nem o voto do povo potiguar.
Nesse sentido, o Diretório
Estadual do PSOL/RN orienta aos seus filiados (as) a que não devem votar em
Henrique Alves e nem Robinson Faria pelos motivos já mencionados e que devemos
seguir lutando para transformar o Rio Grande do Norte por meio das lutas
cotidianas. Nossos filiados não farão
campanha e não apoiarão nenhum deles.
Em relação às milhares de
pessoas que acreditaram na mudança qualificada, que votaram no PSOL e que não
se renderam ao continuísmo, à compra do voto e à velha política, estes devem
decidir livre e democraticamente sobre o seu voto no segundo turno, inclusive
podendo seguir a mesma orientação feita aos nossos filiados (as).
O importante é que continuemos
juntos na luta por um estado e um país mais justo e mais igual. Repetimos que
nossa luta não se resume às eleições. O mundo, nosso estado e nosso país não
vão mudar somente com eleição, mas essencialmente através da mobilização
social. Aqueles que foram às ruas em junho de 2013 e os novos que se
incorporarão às lutas que virão, encontrarão no PSOL um parceiro. O PSOL está
de portas abertas a todos os lutadores sociais.
Fonte: Portal JH
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