Baixo movimento de passageiros teria motivado fim dos serviços. Inframérica nega as dificuldades
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Foto: Divulgação |
As diferenças do Aeroporto
Internacional Aluizio Alves, em São Gonçalo do Amarante, para o Aeroporto
Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, estão sendo sentidas entre os
usuários e autoridades do segmento turístico do Rio Grande do Norte. Problemas
operacionais, de serviços e de acessibilidade – que não eram vistos no Augusto
Severo – estão sendo frequentemente relatados pelas pessoas que precisam
utilizar o novo terminal de passageiros do Estado.
Desativado antes da
realização da Copa do Mundo em Natal, o terminal de Parnamirim, que atualmente
está a serviço apenas da Força Aérea Brasileira (FAB), chegou a ser considerado
o melhor do Brasil segundo levantamento divulgado pela Agência Nacional de Aviação
(Anac), com base no resultado da pesquisa de satisfação de passageiros
realizada no início deste ano.
Nessa pesquisa foram levados
em consideração diversos itens ligados a infraestrutura física e de serviços do
terminal, além do atendimento nos terminais, por exemplo. Após a transferência
de operações do Aeroporto Augusto Severo para o Aeroporto Aluizio Alves, as
reclamações começaram a surgir.
O mineiro José Rodrigues,
residente em Mossoró, disse sentir falta do terminal desativado. Ele, que viaja
constantemente ao Rio de Janeiro a trabalho, afirmou que a precariedade dos
serviços é notória.
“O principal problema que
venho sentindo é com relação à acessibilidade ao nosso novo aeroporto. O
terminal de Parnamirim era central e com diversas vias de acesso. Esse aqui é
ruim até para pegar táxi. Além de ser bem mais caro, a frota de táxi é bem mais
reduzida. Para o vôo que eu costumo pegar às 12h, é necessário que eu esteja
aqui às 8h”, conta.
O tempo que José Rodrigues
perde em espera pelo vôo ao Rio de Janeiro não é compensado pelos serviços
oferecidos pelo Aeroporto Aluizio Alves. “Os serviços de alimentação daqui são
muito ruins. Para o porte de terminal, é inadmissível termos disponíveis apenas
duas lanchonetes”, comentou, sinalizando ainda a ineficiência para serviços
bancários e de câmbio.
Na madrugada de sábado (4) o
único restaurante que estava em funcionamento no terminal de São Gonçalo do
Amarante, Delfinna Xpress, foi fechado. Conforme aviso existente na porta do
estabelecimento, o restaurante permanecerá assim por tempo indeterminado.
Funcionários do aeroporto que conversaram com O JORNAL DE HOJE mediante
anonimato não souberam informar os motivos do restaurante ter acabado com os
serviços.
“Não acho que o restaurante
tenha fechado por baixo movimento. Na verdade, isso pode ter contribuído, pois
os serviços eram como de ‘loteria’. Tínhamos que ter sorte ao pedir um prato.
Em um dia a comida estava um pouco boa, em outro estava ruim. O preço e a
qualidade não eram atrativos”, destacou o funcionário de uma loja de
variedades. “Se não tivermos um novo restaurante, os passageiros e funcionários
do aeroporto terão que se contentar com as poucas lanchonetes”, disse.
Em nota enviada a este
vespertino, a assessoria de imprensa do Consórcio Inframérica, concessionária
que administra o aeroporto de São Gonçalo do Amarante, informou que “já há um
substituto para o restaurante Delfina, que deverá estar aberto em breve”. A
nota não esclarece o nome do novo estabelecimento e a data em que estará
funcionando.
A Inframérica também afirma
que há um novo contrato fechado com uma Casa de Câmbio, a empresa Global
Exchange, que começa a operar no próximo dia 15 de outubro.
Movimentação de Passageiros
De acordo com o Consórcio
Inframérica, o aeroporto de São Gonçalo do Amarante “completou quatro meses de
atividades sem nenhum problema operacional”.
Conforme esclarecido na nota encaminhada a O JORNAL DE HOJE, já passaram
pelo aeroporto, desde a sua inauguração – em 31 de maio – mais de 700 mil
passageiros e cerca de 8.000 pousos e decolagens.
Apesar da perspectiva de
crescimento da movimentação pela concessionária, um dos dirigentes da ABIH
(Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) no RN, o empresário George
Gosson, avaliou que a quantidade de passageiros que vem utilizando o terminal
está “aquém do número que a Anac esperava”.
“Em função do baixo número,
tudo começa a ficar mais difícil. Viabilizar um bom restaurante e a
rentabilidade dos taxistas, por exemplo, são reflexo disso”, conta. “Não tenho
nenhum questionamento a fazer quanto aos serviços oferecidos pelo aeroporto.
Acho que os atuais problemas são circunstanciais e que logo serão resolvidos”,
comentou o empresário.
Gosson ainda ponderou sobre
a acessibilidade ao terminal, problema provocado, segundo ele, pela não
conclusão das obras de responsabilidade do Governo do Estado. “A acessibilidade
ao aeroporto é de responsabilidade do Governo, que não cumpriu com sua
obrigação. O Governo do Estado não fez o que deveria ter feito. Há um viaduto e
obras do Pró-Transporte inacabados, por exemplo. O aeroporto não é longe. Se
hoje é considerado assim, é porque não há acessos à ele”, afirmou.
Fonte: Portal JH
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