terça-feira, 7 de outubro de 2014

0 Acessibilidade, restaurante e casa de câmbio fechados são alguns dos problemas do novo aeroporto

Baixo movimento de passageiros teria motivado fim dos serviços. Inframérica nega as dificuldades

Foto: Divulgação

As diferenças do Aeroporto Internacional Aluizio Alves, em São Gonçalo do Amarante, para o Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, estão sendo sentidas entre os usuários e autoridades do segmento turístico do Rio Grande do Norte. Problemas operacionais, de serviços e de acessibilidade – que não eram vistos no Augusto Severo – estão sendo frequentemente relatados pelas pessoas que precisam utilizar o novo terminal de passageiros do Estado.

Desativado antes da realização da Copa do Mundo em Natal, o terminal de Parnamirim, que atualmente está a serviço apenas da Força Aérea Brasileira (FAB), chegou a ser considerado o melhor do Brasil segundo levantamento divulgado pela Agência Nacional de Aviação (Anac), com base no resultado da pesquisa de satisfação de passageiros realizada no início deste ano.

Nessa pesquisa foram levados em consideração diversos itens ligados a infraestrutura física e de serviços do terminal, além do atendimento nos terminais, por exemplo. Após a transferência de operações do Aeroporto Augusto Severo para o Aeroporto Aluizio Alves, as reclamações começaram a surgir.

O mineiro José Rodrigues, residente em Mossoró, disse sentir falta do terminal desativado. Ele, que viaja constantemente ao Rio de Janeiro a trabalho, afirmou que a precariedade dos serviços é notória.

“O principal problema que venho sentindo é com relação à acessibilidade ao nosso novo aeroporto. O terminal de Parnamirim era central e com diversas vias de acesso. Esse aqui é ruim até para pegar táxi. Além de ser bem mais caro, a frota de táxi é bem mais reduzida. Para o vôo que eu costumo pegar às 12h, é necessário que eu esteja aqui às 8h”, conta.

O tempo que José Rodrigues perde em espera pelo vôo ao Rio de Janeiro não é compensado pelos serviços oferecidos pelo Aeroporto Aluizio Alves. “Os serviços de alimentação daqui são muito ruins. Para o porte de terminal, é inadmissível termos disponíveis apenas duas lanchonetes”, comentou, sinalizando ainda a ineficiência para serviços bancários e de câmbio.

Na madrugada de sábado (4) o único restaurante que estava em funcionamento no terminal de São Gonçalo do Amarante, Delfinna Xpress, foi fechado. Conforme aviso existente na porta do estabelecimento, o restaurante permanecerá assim por tempo indeterminado. Funcionários do aeroporto que conversaram com O JORNAL DE HOJE mediante anonimato não souberam informar os motivos do restaurante ter acabado com os serviços.

“Não acho que o restaurante tenha fechado por baixo movimento. Na verdade, isso pode ter contribuído, pois os serviços eram como de ‘loteria’. Tínhamos que ter sorte ao pedir um prato. Em um dia a comida estava um pouco boa, em outro estava ruim. O preço e a qualidade não eram atrativos”, destacou o funcionário de uma loja de variedades. “Se não tivermos um novo restaurante, os passageiros e funcionários do aeroporto terão que se contentar com as poucas lanchonetes”, disse.

Em nota enviada a este vespertino, a assessoria de imprensa do Consórcio Inframérica, concessionária que administra o aeroporto de São Gonçalo do Amarante, informou que “já há um substituto para o restaurante Delfina, que deverá estar aberto em breve”. A nota não esclarece o nome do novo estabelecimento e a data em que estará funcionando.

A Inframérica também afirma que há um novo contrato fechado com uma Casa de Câmbio, a empresa Global Exchange, que começa a operar no próximo dia 15 de outubro.

Movimentação de Passageiros

De acordo com o Consórcio Inframérica, o aeroporto de São Gonçalo do Amarante “completou quatro meses de atividades sem nenhum problema operacional”.  Conforme esclarecido na nota encaminhada a O JORNAL DE HOJE, já passaram pelo aeroporto, desde a sua inauguração – em 31 de maio – mais de 700 mil passageiros e cerca de 8.000 pousos e decolagens.

Apesar da perspectiva de crescimento da movimentação pela concessionária, um dos dirigentes da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) no RN, o empresário George Gosson, avaliou que a quantidade de passageiros que vem utilizando o terminal está “aquém do número que a Anac esperava”.

“Em função do baixo número, tudo começa a ficar mais difícil. Viabilizar um bom restaurante e a rentabilidade dos taxistas, por exemplo, são reflexo disso”, conta. “Não tenho nenhum questionamento a fazer quanto aos serviços oferecidos pelo aeroporto. Acho que os atuais problemas são circunstanciais e que logo serão resolvidos”, comentou o empresário.

Gosson ainda ponderou sobre a acessibilidade ao terminal, problema provocado, segundo ele, pela não conclusão das obras de responsabilidade do Governo do Estado. “A acessibilidade ao aeroporto é de responsabilidade do Governo, que não cumpriu com sua obrigação. O Governo do Estado não fez o que deveria ter feito. Há um viaduto e obras do Pró-Transporte inacabados, por exemplo. O aeroporto não é longe. Se hoje é considerado assim, é porque não há acessos à ele”, afirmou.

Fonte: Portal JH

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