DE BRASÍLIA
O presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), minimizou nesta quinta-feira (13) o edital publicado
pela Casa que prevê gastos de R$ 375 mil para abastecer por um ano o chamado
"cafezinho" dos senadores, onde são servidos lanches aos
congressistas e seus convidados.
Renan disse que prefere viver
com a "contradição da transparência" a esconder informações da
opinião pública. "Nós estamos fazendo contenção de despesas com absoluta
transparência, com a certeza de que o Senado é o melhor exemplo de
transparência. É melhor conviver com a contradição da transparência do que
esconder essas informações. É importante que essas coisas sejam
discutidas", afirmou.
Renan não disse se a Casa
vai recuar da medida, mesmo diante do desgaste do alto valor da compra.
A Folha revelou hoje a
publicação do edital, que prevê a aquisição de 2.000 pacotes de biscoito, mais
de 8.000 frascos de adoçantes, 4.800 quilos de presunto e queijo, 2.000 pacotes
de pão de forma, além de 2.000 litros de leite, chás e sucos, entre outros
itens. Os gastos com o lanche dos senadores e seus convidados tem custo mensal
previsto de R$ 31,2 mil.
Depois de procurado pela
Folha, o Senado informou que vai "readequar" o edital porque há
"divergência" entre o atual contrato que está em vigor e a última
compra feita, no ano passado.
O valor do edital de 2012
foi de R$ 212,8 mil e o Senado informou que até agora já gastou R$ 126,3 mil
com a compra de produtos.
Por isso, segundo a Casa, o
novo edital será reavaliado embora o resultado do pregão já tenha sido
divulgado. Na Câmara, os deputados pagam pelo lanche consumido dentro do
"cafezinho" do plenário desde que a Casa terceirizou o espaço e o
cedeu para uma empresa do ramo alimentício.
No edital do pregão, o
Senado justifica os gastos ao afirmar que são itens de "primeira
necessidade para uso diário", que vão garantir o "bom desempenho das
atividades" dos senadores.
A despesa ocorre em meio à
reforma administrativa anunciada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), que promete uma gestão de "eliminação de desperdícios". Em
maio, a Folha revelou que o Senado mantém serviços como funcionários para fazer
check-in e despachar malas dos senadores no aeroporto de Brasília.
CADEIRA
O Senado também pretende
desembolsar R$ 13 mil para comprar uma cadeira de rodas ao senador Garibaldi Alves
(PMDB-RN). Aos 90 anos, ele é suplente do ministro Garibaldi Alves Filho
(Previdência), que se afastou da Casa há um ano para assumir o cargo no governo
federal.
O edital de compra determina
que a cadeira tenha seis rodas, assento com elevação elétrica e dois motores.
Segundo o Senado, o pregão ainda não foi homologado oficialmente porque o
senador está "testando a praticidade" de uma das cadeiras motorizadas
compradas pela instituição, que são utilizadas por visitantes.
Renan também determinou a
troca dos três carros que servem a Presidência da Casa por modelos mais novos,
que serão alugados mensalmente por R$ 16,8 mil. O presidente do Senado chegou a
autorizar o aluguel de um modelo blindado para servi-lo,mas depois recuou da
medida.
Segundo o Senado, os carros
estão em uso há mais de 10 anos e a Casa optou por alugar os veículos para não
gastar com oficina.
Fonte: Folha de S.Paulo
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