Do UOL, em Santos
Após registrar dois
protestos em dias consecutivos, quinta (14) e sexta-feira (15), Santos (litoral
de São Paulo) terá mais uma manifestação contra o atual valor da tarifa de
ônibus (R$ 2,90) na cidade, neste sábado (15).
Um grupo de cerca de 400
pessoas prepara um ato, a partir das 17h, na plataforma do emissário submarino,
com destino ao centro de São Vicente.
Além do novo protesto,
marcado através das redes sociais, os estudantes acertaram também, em votação
coletiva, que manifestações contra o cartão de transporte implantado pela
prefeitura e pela garantia do passe livre para estudantes, professores e idosos
serão diários.
A passagem no município não
sofre reajuste desde fevereiro de 2012. Não houve ainda anúncio de uma possível
nova tarifa. O tema está em análise pela CET (Companhia de Engenharia de
Tráfego) em conjunto com a Viação Piracicabana, concessionária do transporte
público.
Em Santos, não existe
bilhete único. A expectativa é que o sistema seja implantado em 2014, quando
está previsto a o início da operação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).
Protestos sem incidentes
graves
Ao contrário de outras
cidades brasileiras, os protestos contra o aumento da tarifa de transporte em
Santos têm sido marcados pela não ocorrência de confrontos ou incidentes
graves.
Nesta sexta-feira (15), por
volta das 18h, o grupo realizou um protesto pela cidade, em uma caminhada que
contou com a participação de cerca de 400 pessoas. A Polícia Militar acompanhou
o ato de longe.
A caminhada teve início na
Praça da Independência, no bairro do Gonzaga, e seguiu pela avenida da praia em
direção à divisa entre os municípios de Santos e São Vicente.
A orla --um dos corredores
de maior movimento no horário-- teve o trânsito interrompido. O grupo caminhava
lentamente, entoando palavras de ordem como "mãos para o alto, a tarifa é
um assalto" e "quem não grita quer tarifa".
Com buzinaço, aplausos e até
fogos de artifício, parte da população apoiou o protesto. "O que o governo
vem fazendo em São Paulo é uma vergonha", comentou Osnir Zanardo, gerente
de terminal portuário que estava preso no trânsito.
A convocação para o ato foi
feita exclusivamente pelas redes sociais, sem vínculo com organizações ou
partidos políticos.
"O fato de não ser
partidário acaba legitimando ainda mais as reivindicações. Tudo aconteceu de
uma maneira muita espontânea, isto é um avanço importante e é um momento único
na nossa história", comentou o artista plástico Paulo Consentino, que
passou a acompanhar o grupo em caminhada.
Em cada cruzamento, os
manifestantes se sentavam no asfalto e diante de carros e motos estendiam
faixas, cartazes, a bandeira do Brasil e cantavam o Hino Nacional. Embora a
intenção fosse impedir a passagem, alguns motoristas que alegaram urgência,
como médicos e mensageiros, foram autorizados a furar o bloqueio.
A polícia militar acompanhou
o ato a distância. "Nós estamos aqui apenas para garantir o direito ao
manifesto e evitar grandes prejuízos, ao trânsito e à cidade. Embora não haja
um responsável pelo evento, todos os acordos estão sendo cumpridos",
explicou o capitão Alexandre Antonelli, que comandou a atuação da Polícia
Militar no evento.
Um início de tumulto
aconteceu no meio do trajeto, quando surgiram duas bandeiras do PSTU. A
caminhada foi paralisada, até que os militantes recolhessem o material, o que
aconteceu sem grande resistência.
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