Imagem reproduzida da página
do Estadão mostra a repórter logo após ter sido atingida
A repórter Giuliana Vallone,
da TV Folha, foi atingida no olho por uma bala de borracha disparada por
policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) enquanto
cobria o protesto contra o aumento das tarifas em São Paulo. Outro repórter da
Folha, Fábio Braga, também foi atingido no rosto por disparos de bala de
borracha no centro da cidade. Giuliana subia a rua Augusta registrando o protesto
quando foi atingida.
Ela disse a repórteres que
estava em um estacionamento na rua Augusta quando uma viatura da Rota se
aproximou em baixa velocidade e um PM que estava no banco de trás atirou contra
ela. Segundo a Folha, no total seis repórteres foram atingidos por policiais.
Repórteres do Estadão
afirmaram também ter sido vítimas de agressões da Rota. De acordo com a
reportagem do jornal, um carro da corporação se aproximou deles e disparou
bombas de gás lacrimogêneo tentando acertá-los. Eles afirmaram que neste
momento não havia concentração de manifestantes quando foram atingidos.
O Secretário de Segurança
Pública de SP, Fernando Grella, afirmou em nota que determinou que a
Corregedoria da Polícia Militar apure episódios envolvendo fotógrafos e
cinegrafistas durante a manifestação.
Jornalista foi preso por
portar vinagre
O jornalista Piero
Locatelli, detido no final da tarde pela Polícia Militar e conduzido à
delegacia por carregar vinagre durante o protesto contra o aumento da tarifa em
São Paulo, foi liberado por volta de 19h desta quinta-feira (13). Ele é
repórter de política da revista 'Carta Capital' e estava cobrindo o protesto.
A polícia deteve o
jornalista e também manifestantes que estavam com vinagre com o argumento de
que o produto pode ser utilizado para fabricar bombas. O vinagre é comumente
usado em manifestações para aliviar os efeitos do gás lacrimogêneo jogado pela
polícia.
Além de Piero, dezenas de
manifestantes foram detidos no protesto contra o aumento da tarifa
Em nota, a Abraji
(Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) condenou a prisão do
jornalista, que é associado do órgão. Em contato com a redação da revista,
Piero afirmou que os agentes se negaram a dizer para onde ele seria levado.
O repórter esteve na
delegacia dos Jardins com outros manifestantes. Outro profissional da imprensa
também chegou a ser detido: o fotógrafo Fernando Borges, do Terra, passou 40
minutos com as mãos nas costas e de frente para uma parede, mas já foi liberado.
A Abraji pediu que o repórter Piero Locatelli fosse posto em liberdade para que
pudesse continuar cobrindo a manifestação e lamentou que a "polícia
novamente impeça o trabalho da imprensa", dizia o comunicado.
A associação afirmou que
Piero foi preso por levar vinagre na mochila. A substância alivia os efeitos do
gás lacrimogêneo, mas a polícia alega que vinagre pode ser usado na confecção
de bombas. Por volta de 19h15, a direção da revista informou, via Twitter, que
ele havia sido solto.
O capitão da PM Elço Moreira
contou à reportagem que os detidos estavam com coquetéis molotov, facas e
maconha. Eles estão sendo encaminhados o 78º DP (Jardins).
A reportagem do UOL
presenciou confronto entre policiais e manifestantes na esquina da rua Líbero
Badaró e o viaduto do Chá, no centro. Jovens chegaram a jogar cones de
sinalização contra os PMs.
Pessoas que passam pelas
proximidades do Theatro Municipal, no centro, estão tendo as bolsas e mochilas
revistadas por policiais militares. O local é o ponto de concentração do
protesto.
Farmácias, lojas de calçados
e de roupas próximas à praça Ramos de Azevedo estão fechando as portas, os
comerciantes temem ter estabelecimentos danificados durante o protesto.
Mais jornalistas presos
Um vídeo divulgado nas redes
sociais mostra um jornalista do site Portal Aprendiz, parceiro do UOL, sendo
agredido e preso por policiais militares durante o protesto contra o aumento do
preço das passagens de ônibus, metrô e trem em São Paulo, nesta terça-feira
(11).
m cinegrafista amador
flagrou o momento em que policiais começam a bater no repórter. A jovem Johanna
Jaumont assistiu às imagens e não tem dúvidas que se trata do seu namorado,
Pedro Ribeiro Nogueira, 27. De acordo com a namorada do jornalista, sete PMs
agrediram o jovem. "Bateram muito nele. Ele está com ferimentos no rosto,
nas costas", fala.
O jornalista foi detido e
levado para o 78º DP (Jardins), onde foi autuado em flagrante por formação de
quadrilha, por provocar incêndio e por dano contra o patrimônio. Ele não teve
direito a pagar fiança. Na manhã desta quarta-feira (12), ele foi transferido
para o 2º DP (Bom Retiro).
Por meio de nota, a SSP
(Secretaria de Segurança Pública) informou que o delegado que indiciou o
jornalista considerou que ele teve participação nos "atos de
vandalismo". "A convicção jurídica do delegado se baseia em
depoimentos de policiais que avistaram o rapaz danificando uma viatura e uma
guarita policial", diz a nota. A SSP esclareceu que cabe agora à Justiça
decidir se ele deve ou não ser colocado em liberdade.
Além de Pedro, o repórter da
Folha Leandro Machado e o fotógrafo do UOL Leandro Moraes foram detidos quando
cobriam a manifestação na avenida Paulista. Eles também foram levados para o
78º DP em um carro da PM e liberados após uma hora. O repórter Fernando Mellis,
do portal R7, foi agredido por policiais durante o protesto.
A Abraji também condenou a
agressão e as prisões. "A associação considera preocupante que esta ação
contrária ao trabalho da imprensa parta do Estado, e justamente da PM, mandada
à rua para manter a ordem e garantir direitos", afirmou em nota.
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