Na história do Brasil, nenhum progresso caiu do céu;
todos foram conquistados
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A lição mais contundente das
mobilizações populares de junho de 2013 reafirma o que ensinam os balanços
sinceros da história: nenhum progresso no Brasil cai do céu, mas é conquistado.
Foi assim com a Abolição, a
legislação trabalhista e a democracia. Enquanto se esperou que os de cima
presenteassem, nada aconteceu. Quando os de baixo foram à luta buscar,
arrancaram o que se dizia impossível.
Os prefeitos não asseguravam
ser impossível reduzir as tarifas de ônibus, metrô, barcas e trens? Pois se
viram obrigados a revogar os aumentos.
Os chefes do Executivo de
Rio e São Paulo se opunham às CPIs para investigar a bandalheira no setor, mas
elas saíram.
Em São Paulo, cancelou-se o
reajuste dos pedágios.
Por todos os cantos, foram
congelados os preços das passagens de ônibus intermunicipais e interestaduais.
A presidente da República
correu para anunciar um pacote de R$ 50 bilhões para o transporte público.
Além de, com o plebiscito,
sugerir a ampliação da participação dos eleitores nas reformas reivindicadas no
asfalto, inclusive pelo pessoal do morro.
O Supremo Tribunal Federal,
enfim, mandou prender um deputado acusado de gatunagem.
O Senado, que se sentava em
cima da proposta de tipificar a corrupção como crime hediondo, mexeu-se.
Na Câmara, assistiu-se ao
passo adiante para acabar com o voto secreto em processos de cassação de
mandato.
A Casa sepultou a PEC 37,
aspiração dos protestos.
E aprovou a destinação de
75% dos royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde.
O próximo capítulo será a
derrota da “cura gay”.
Se não fossem as passeatas,
as PMs poderiam ter reeditado todos os dias o massacre perpetrado pela
corporação paulista na quinta-feira retrasada. Ainda há abusos contra
manifestantes pacíficos, mas poderia ser muito pior (outra coisa é o dever
legal e legítimo de se defender de vândalos e proteger o patrimônio público).
Talvez nenhum feito tenha
sido tão impactante como ver o Congresso trabalhar em dia de jogo da seleção.
As jornadas de junho foram
tão pujantes que até a equipe do Felipão começou a jogar melhor. Será que as
ruas não influenciaram o time em campo?
Fonte: Blog do Mário Magalhães
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