Texto cria a carreira dos paralegais, profissionais que poderão atuar na área jurídica sob responsabilidade de um advogado
Proposta prevê o exercício
da nova profissão por três anos para quem já se formou ou ainda vai concluir o
curso
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Brasília - A Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou em caráter terminativo, um projeto de lei (PL
5.749/13) que pode permitir que mais de 5 milhões de brasileiros, formados como
bacharéis em direito mas que não foram aprovados no exame da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), exerçam algumas atividades que não são permitidas hoje.
“O paralegal, em síntese, é
alguém que, não sendo advogado, auxilia e assessora advogados, realizando
funções paralelas e de grande importância para o sucesso do escritório de
advocacia. Como é evidente, eles não podem exercer sozinhos atividades típicas
de um advogado, como dar consultas ou assinar petições aos tribunais”, explicou
o relator da matéria, Fabio Trad (PMDB-MT). A proposta ainda depende de
aprovação no Senado.
Trad ainda lembrou que
outros países, como os Estados Unidos, já adotam esse tipo de medida. Para os
deputados da CCJ, houve consenso de que as restrições criadas pela falta de
registro da OAB cria um "limbo injusto” para as pessoas que se formaram em
direito e não passaram no chamado Exame de Ordem.
A proposta, que agora segue
para o Senado, prevê o exercício da nova profissão por três anos para quem já
se formou ou ainda vai concluir o curso. A proposta original do deputado Sergio
Zveiter (PSD-RJ) contemplava apenas as pessoas que concluíssem a faculdade a
partir da publicação da lei e garantiria o exercício por dois anos.
Durante a discussão sobre a
proposta, o colegiado decidiu que o prazo era curto e não solucionava o
problema de milhares de pessoas que ficam impedidos de atuar pela falta de
aprovação da entidade representativa dos advogados.
Esperidião Amin (PP-SC)
optou por não votar, mas explicou que não é contrário à proposta. “Quem é
contra o exame da Ordem não pode concordar com o apaziguamento desse limbo
social que foi criado no Brasil. É um exame cartorial de interesse financeiros.
Para não criar problemas, vou me abster, mas deixo claro que, no futuro, nós
vamos enfrentar uma discussão verdadeira entre admitir ou não o Exame de
Ordem”, explicou.
Carolina Gonçalves, da Agência Brasil
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