“Estamos com os nervos à
flor da pele, temos famílias para sustentar, contas, impostos e os próprios
veículos para pagar e estamos perdendo os clientes porque tem gente explorando
de forma irregular e clandestina o nosso ofício. É uma máfia grande, composta
por pessoas de vários setores ligados ao turismo e até mesmo de taxistas que
nos dias de folga pegam seus carros particulares para fazerem o transporte, de
forma errada. Se as autoridades não fizerem nada, vai chegar o dia em que vamos
tocar fogo nos carros clandestinos. Aí, eles vão aparacer”, desabafou um deles,
que não quis se identificar por medo.
Entre os irregulares, os
taxistas listam guias turísticos, recepcionistas e funcionários de hotéis,
pousadas, restaurantes, locadoras de veículos, agências de passeios que atuam
na orla, bugueiros, táxis com placas de outros municípios, vans escolares e
pessoas sem ligação com o setor, mas que usam carros particulares para fazerem
o transporte de turistas rumo ao aeroporto.
“Esse pessoal combina os
passeios, que são legalizados, e depois oferecem o traslado para o aeroporto
por fora e feito em carros ou vans de placas cinza, ou seja, de particulares.
Eles derrubam os táxis, alegando aos clientes que o preço deles é bem melhor e
menor que o nosso, que são legais e tudo. Eles cobram por pessoa e enganam os
turistas, que acabam confiando e indo com eles, bem diferentes do táxi, que
cobra a corrida, independendo no número de pessoas”, explicou o taxista Fabiano
Cassimiro.
Ele disse que a única
reivindicação dos taxistas é para que sejam feitas fiscalizações diárias e
constantes para inibir e coibir a prática, para que a categoria não seja ainda
mais prejudicada do que já está sendo, desde a transferência do aeroporto de
Parnamirim para São Gonçalo do Amarante. Fabiano afirmou ainda que a categoria
já se reuniu com os representantes da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana
(Semob) várias vezes sobre o caso, mas nunca obtiveram retorno. A última
reunião foi a cerca de dez dias, quando denunciaram mais uma vez o caso e
pediram fiscalização.
“Chegamos ao ponto de nos
oferecermos para pagar os custeios das ações, mas até agora ninguém fez nada
para nos ajudar. Estamos abandonados pelo poder público, entrando no desespero
mesmo. Tentamos protestar, mas na ocasião, a polícia apareceu e não permitiu
que nós, trabalhadores legalizados, que pagamos nossos impostos e investimos
caro para trabalhar, reclamássemos. Um dia, o povo vai se revoltar a um ponto
que vão acabar destruindo os veículos irregulares. Aí, seremos os bandidos da
história”, desabafou.
Alessandra Bernardo via Portal JH
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