Do UOL, em São Paulo 29/05/201305h00
Até o dia 29 de abril, havia
10.323 vagas em universidades e institutos federais sem matrícula no país. As
cadeiras remanescentes representam 8% das vagas oferecidas pelo Sisu (Sistema
de Seleção Unificada) no primeiro semestre de 2013. Os dados são do MEC
(Ministério da Educação). As matrículas de primeira chamada do Sisu começaram
em 18 de janeiro.
Para o MEC, esse não é um
problema pois as 101 instituições de ensino superior ainda estão fazendo
chamadas para completar as vagas remanescentes e postos que ficam livres por
desistência dos alunos. De acordo com a assessoria, o número é menor a cada
dia.
No entanto, o reitor da UFC
(Universidade Federal do Ceará), Jesualdo Pereira Farias, acredita que o
sistema ainda precisa ser aprimorado para reduzir o número de chamadas.
"Precisamos ainda de
algumas alterações no Sisu para reduzir o número de alunos que se matriculam e
depois não aparecem na universidade. Como não temos um cadastro único, fica
difícil identificar se o aluno já se matriculou em outra universidade",
comenta o representante da Andifes (associação das universidades federais).
O reitor explica que muitos
estudantes resolvem se matricular na universidade em que conseguiu vaga pelo
Sisu mesmo quando desejam, na verdade, uma vaga em outra instituição de ensino.
"O resultado de muitos vestibulares saem depois do Sisu. Os alunos
preferem garantir a vaga e depois não avisam a universidade que desistiram da
vaga."
"A entrada de grandes
universidades no sistema, como a UFMG [Universidade Federal de Minas Gerais],
vai ter um impacto importante nisso", considera Farias.
Divisão territorial
Os Estados com maior número
de vagas abertas, até 29 de abril, eram Rio Grande do Sul (1.668), Minas Gerais
(1.359), Mato Grosso (894), Mato Grosso do Sul (890) e Rio de Janeiro (879).
Nas instituições federais de
ensino de Santa Catarina, há 314 vagas ociosas --37,7% das cadeiras oferecidas
pelo Sisu. Em Goiás, os postos vagos
eram 497 (30,15%).
MAIS FEDERAIS
No Pará, federal ainda tem aulas em hotel após três anos de criação.
Em Federal no RJ, alunos
convivem com obras paradas, lixo e insegurança.
Alunos da Federal Fluminense
têm aulas dentro de contêineres.
Federais precisam de mais R$ 1,4 bi para assistência estudantil.
Universidade Federal do
Pampa ainda precisa de 182 professores.
As vagas podem ser
preenchidas por listas de espera divulgadas pelas instituições nos próximos
meses. Para constar na lista, o estudante deve ter confirmado, no sistema, o
interesse na vaga durante o período especificado no edital do processo seletivo
do Sisu. A lista de chamada é disponibilizada pelas instituições conforme as
matrículas não preenchem as cadeiras do ensino superior.
Tipo de vagas
O reitor da UFC acredita que
é preciso ainda um estudo para saber quais são as vagas que estão sobrando: se
são cursos específicos, se são cursos no interior, por exemplo.
No dia 6 de maio, a UFG
(Universidade Federal de Goiás) tinha ainda 213 vagas abertas, 20 delas no
curso de ciências ambientais, 16 no bacharelado de ciências biológicas e 17 no
bacharelado em química. A instituição ofereceu 1.078 vagas no processo
seletivo.
Em 15 de maio, ainda havia
uma vaga no curso de medicina da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio
de Janeiro), uma para museologia e uma para biomedicina.
Em maio, a Ufam (Universidade
Federal do Amazonas) ainda tem 64 vagas sem matrícula, incluindo cadeiras nos
cursos de agronomia, farmácia, fisioterapia, engenharia mecânica, engenharia de
materiais e engenharia de gás e petróleo.
Na Unipampa (Universidade
Federal do Pampa), atualmente há 84 vagas remanescentes - 55 delas em cursos de
licenciatura. "A interpretação é de
que isso se deve ao cenário nacional de desvalorização do profissional de
educação, no qual os principais aspectos daí decorrentes estão relacionados à
falta de um plano de carreira condizente com a profissão e à remuneração
precária", afirma em nota a assessoria de imprensa da instituição.
Medicina da Unirio
No ano passado, a Polícia
Federal foi acionada pelo reitor da Unirio (Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro) para investigar uma fraude na matrícula de cinco alunos no
curso de medicina. Segundo a universidade, os estudantes teriam utilizado os
números de matrículas canceladas em 2011 para se matricular, irregularmente,
este ano.
Foi verificado que os alunos
iam às aulas e seus nomes estão nas listas de chamadas dos professores, porém
nenhum deles está na relação de aprovados do Sisu (Sistema de Seleção
Unificada), que usa as notas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), única
forma de ingresso na Unirio. Em novembro, a Defensoria Pública da União pediu
explicações sobre as vagas remanescentes.
Fonte: UOL Educação
Fonte: UOL Educação
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