Maio - Grupo brasileiro descobriu duas novas espécies de aracnídeos escavadores em cavernas úmidas de ecossistemas áridos da região Nordeste. "Rowlandius ubajara" (imagem A) e "Rowlandius potiguar" (machos nas fotos B e C; fêmea na imagem D) pertencem a uma ordem de aracnídeos que tem entre dois e cinco milímetros de comprimento que é parente de escorpiões, aranhas e carrapatos, descreve artigo na Plos One. "As novas espécies foram descritas a partir de características microscópicas de seus genitais, que os diferencia de outros animais do mesmo gênero", explicou biólogo Adalberto José dos Santos, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais)
Um grupo de pesquisadores
brasileiros descobriu duas novas espécies de aracnídeos escavadores no Nordeste
do país e explicou o feito em artigo publicado nesta semana no periódico
científico Plos One.
A descoberta eleva a quatro
o número de aracnídeos escavadores até agora descritos no Brasil e para 25 os
conhecidos em toda a América do Sul, disse o biólogo Adalberto José dos Santos,
da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e um dos responsáveis pelo
trabalho.
Os animais, que pertencem ao
grupo chamado de Schivomida, parentes dos escorpiões, aranhas e carrapatos,
foram encontrados em cavernas úmidas de ecossistemas áridos da região Nordeste.
A primeira espécie,
encontrada no Parque Nacional Ubajara, no Ceará, recebeu o nome de Rowlandius
ubajara. Os animais foram encontrados em regiões de cavernas em uma área
remanescente de Mata Atlântica entre a Caatinga. Já a outra espécie, descoberta
em uma região de Caatinga no Rio Grande do Norte, recebeu o nome de Rowlandius
potiguar.
Segundo Santos, estes
aracnídeos se alimentam de sementes depositadas nas cavernas e de outros
pequenos insetos, atraídos pelas fezes dos morcegos que habitam as cavernas, e
que capturam as presas com um par especial de patas.
"Embora sejam de
cavernas, há evidências que uma das duas espécies pode ser encontrada fora de
cavernas e poucos indícios que estejam exclusivamente adaptados à vida na
escuridão", afirmou o biólogo.
Os Schivomida, com cerca de
240 espécies descritas em sua maioria em regiões tropicais do México e do
Caribe, são uma ordem de aracnídeos que têm entre dois e cinco milímetros de
comprimento e, justamente por conta de seu tamanho, são raros e pouco estudados
pelos cientistas.
As duas novas espécies de
aracnídeos têm o que os pesquisadores chamam de falso olho, também comum em
outros animais do grupo Schivomida. Eles possuem uma membrana no lugar dos
olhos e acredita-se que os animais se orientem, não pela visão, que
provavelmente é ruim, mas por outros sensores.
"As novas espécies
foram descritas a partir de características microscópicas de seus genitais, que
os diferencia de outros animais do mesmo gênero", explicou Santos.
De acordo com o biólogo, a
descrição acrescenta componentes até agora desconhecidos à já rica
biodiversidade brasileira e mostra o país como habitat de espécies que são mais
comuns no Caribe e em áreas tropicais da América Central e do Norte.
As novas espécies foram
descritas em artigo assinado por Santos, que é especialista em aracnídeos; por
Rodrigo Lopes Ferreira, pesquisador da Universidade Federal de Lavras e que
colheu as espécies; e por Bruno Alves Buzatto, que é especialista em variações
morfológica particulares entre artrópodes machos.
Fonte: UOL Notícias - Meio Ambiente
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